quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Eu quero a esperança de óculos


Volto a escrever; vinha escrevendo poesias e bem quereres informais – não que haja alguma formalidade aqui – mas hoje escrevo para revisitar amanhã o que sinto hoje, neste caso, parece formal sim. Formal pra mim.

Tenho, ou tinha, abdicado de questões que imaginava superficiais, como politica.
A superficialidade da politica foi necessária, para desenvolver-me mais intensamente, e de fato,  jogar tudo pro alto em dado momento, me fez transgredir em outras esferas, mesmo considerando que sempre politizei com meus valores, os mesmo de hoje, por sinal.

Administrava a autocritica sobre a covardia que vez por outra me ocorria.
Mesmo lembrando-me das histórias de resistência e dificuldade passada por meus avós, mães e tias,  seguia, no que viria a perceber ser minha vocação. Minha  gratidão e covardia conviviam bem.

Os fantasmas até então eram subtraídos através dos sorrisos e afagos que sempre cativei. O Universo sempre me brindou de grandes encontros encantadores e desencontros úteis.

Mas a minha ausência em campos políticos trouxe também uma inércia, como àquela dor de dente intermitente, deixada pra depois. Na verdade, discutir ideologia estava ocupando um espaço demasiado pra mim.

Achei, em um momento, que seria simples jogar fora esse exercício. Desenvolvi minhas relações e fomentei todo amor que poderia ser capaz de amar. Grande escolha....

Mas o contexto político criou uma onda como se fosse um esgoto desaguando em um mar de sensibilidade. Esses dias senti ferozmente esse choque de realidade, o que me atormentou muito.

Penso que todo amor e felicidade que me ocorre, trouxe-me uma vulnerabilidade para lidar com todo esse fascismo e ódio comuns hoje. Tenho combatido isso tendo compaixão comigo, me acho na verdade incrivelmente vulnerável.

Preciso me encontrar em meio a todo esse caos, e tenho pensado que o caminho é no outro; relacionar-me. A única forma de me encontrar é em outro ser humano, isso de fato me refaz em esperança.

O tempo de minha verdade nunca foi o tempo de minha esperança....

Enquanto crio valorosamente meus filhos, acalantando minha esperança, pessoas vivem no lixo do mundo.


A ignorância do homem não me parece aceitável, e agora, o que devo fazer? Pra onde devo seguir... ou fugir?


sábado, 10 de junho de 2017

O auge da esperança


Engraçado que há umas duas semana Juliana me lembrou desse blog e vi um dos posts com Caio, hoje com 13 anos. Foi lindo estimular um pouco de sensibilidade em um jovem hi tech que estava no meio da temporada de Friends.

Pra mim foi muito mais intenso do que pra ele, mas penso que ele ainda tem um grande caminho de construção da sensibilidade dele, e dentre as imperfeições, tentamos estimulá-lo a essa ótica mais humana. Isso é difícil demais...se passei tanta coisa, tantas conversas e sorrisos pra construir a minha ótica.

Sinto que devo prepará-los exatamente a ver o mundo e todas suas facetas a partir de valores e inteligencia emocional para que eles possam encontrar com seus processos de maturidade e evolução espiritual.

Na verdade, queria iniciar o texto fazendo um complemento do ultimo texto, achei pertinente falar sobre o processo de criação dos meus filhos, pois é um fator intimante ligado a minha descoberta sobre o amor e o bom uso dele.

O amor é arma mais poderosa que se pode ter para vida, a partir dele tiramos a melhor lição de matérias como empatia, tolerância, solidariedade, respeito.... tem ideia da importância dessas coisas na evolução espiritual que o mundo nos oferta.

Todos instintos, equilíbrio e resiliência da natureza parecem ter uma conexão com os nossos processos de crescimento, a forma que nossa alma se desenvolve. Nessa ótica, fazendo uma relação com a natureza, o amor é o que chamam de Deus. Deus é amor, e nenhuma palavra, dogma, pastor ou o oração é capaz de representar isso melhor que o amor que sinto pelos meus filhos.


Continuo concordando com a visão de 'Carpinteiro do Universo', de que até o egoísmo pode ser pleno quando você ama e o faz pelo retorno que isso trás.

Hoje tenho, além do Caio, com 13, o Theo com 4.
Theo foi a plenitude do amor que Caio nos ajudou a ver no mundo. Theo foi mais uma oportunidade de crescimento a nós mesmos, mas além disso.... Queríamos dar um irmão a Caio e dar a referencia de Caio a outro ser de tão lindo que ele é, que nós somos.

Incrível que até o egoísmo na ótica do amor pode ser pleno.


O que me motivou a escrever aqui de novo foi a conexão que tive comigo há 7/8 anos atrás. Foi incrível me revisitar, mais ainda entender o meu processo de construção. E o processo de construção de meu amor.

Hoje tenho total certeza da minha concepção de amor. Mas a primeira frase do ultimo post representa muito pra mim.

A caminhada continua.