Eu uso Pochete

Outro dia acabei ouvindo uma conversa de 2 jovens garotas na recepção do consultório. Estavam falando de um cara, muito mal por sinal. Depois que já tinham esgotados os defeitos e vacilos do fulano:

"E aquela pochete... ridícula, como é que alguém ainda usa aquilo, só aquele idiota mesmo!" (puts).

Eu não estava de pochete, ainda bem, poderia ter puxado um papo ou quem sabe chamá-las de PEIDONA para um estudo de campo - vide post anterior- . Contudo fiquei somente abstraído tentando compreender àquele ser "pensante":

Provávelmente esta figura nunca acampou, não tem noção da usuabilidade de pelo menos uma pochete entre os acamps.
A moda dita tendências pelas quais futilidades geram perda de identidade. Quando empregado como adjetivo "moda" (estar na moda) é completamente irrelevante: quando uma vendedora diz que a roupa que acabo de provar está na moda pode crer que saio da loja. E não é estilo "alternativo". É estilo próprio, desapego a marca, auto-estima.
Também é fato que há uma adequação a um estilo por questões sociais e profissionais. O problema é que essa adequação rompe as barreiras da formalidade, utilidade, vaidade (no caso da moda) . Ocorrendo "pré" conceitos que não passam por uma reflexão, nos são dado prontos, embalados. Que merda!

Quando aterrizei do pensamento elas já não falavam mais do fulano, porém continuavam em um papo tenebroso:

"Ela vai casar"
"Jura?"
"É verdade vi no TV Fama"

Pra Alívio de minha paciência a enfermeira chamou minha ficha.