Ato 1
Chegamos de um happy hour, após um dia de muito trabalho.
Intenso, fluído, orgânico; No fim, exitoso trabalho. Dentro de nossas
atribuições... Ela fazendo delícias em forma de bolos. Receitas inclusivas,
sementes de sua dedicação. Eu em uma atividade menos poética, rsrsrsr.
Resolvendo uma entrega de um No Break de grande porte em um importante cliente.
Apesar de pragmático meu trabalho teve seu encanto. Percebi
em certo momento 8 a 10 pessoas, de umas 4 empresas diferentes fazendo seu
trabalho de maneira colaborativa como poucas vezes eu vi. O gerente, eu, o cara
da elétrica, o motorista entregador. Todos superando as dificuldades sem
patente ou crachá. Não é comum nesse tipo de ambiente as pessoas se despirem da
vaidade.
Foi interessante, exitoso e cansativo.
Ato 2
Chegamos em casa, sentamos no sofá pra tomar umas 3 cervejas
que haviam na geladeira na penumbra de nosso terraço ouvindo música. Ela deitou
confortavelmente em meu colo, entre acordes de jazz e fluxos de respiração ela
se espreguiçou em meu colo, se acolheu manhosamente e pensou em voz alta:
-Impressionante como eu consigo relaxar!
Eu pedi pra ela soltar o cabelo, puxei os fios pra trás pra
poder percorrer todo seu couro cabeludo em um cafuné digno daquele momento.
Eu sentia uma calma, um respiro ameno tomou meu corpo, senti
meu corpo, por dentro o sangue nutrindo minhas células, vasos sanguíneos,
coração, cérebro, membros... Até essa que essa luz, respiro e plenitude
chegaram à ponta de meus dedos, percorria suavemente seu couro cabeludo. Logo
ela dormiu.
Pensei inicialmente se ela tivesse acordada iria expandir
essa energia de amor através de seu couro cabeludo, cérebro, órgãos e membros. Olhando-a
dormir, me pareceu egoísta de minha parte a necessidade dela estar acordada e
consciente naquele momento.
Do couro cabeludo, com seus cabelos entrelaçados entre meus
dedos, movia as mãos sentindo os cabelos hidratados e lindos dela fluírem por
entre os dedos. Naquele momento fluir meus dedos por entre os cabelos dela
representava muito bem o momento. Os fios de cabelo dela fluíram feito água de
rio entre meus dedos. Cachoeira!
“... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era
a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho
dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se
estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e
parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde
cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a
alma se cobria de um luxo radioso de sensações! “ (Eça de Queiroz – O Primo
Basílio)
Ato 3, 4 e 5 – censurados. kkkkkkkkkkk
Enio Fred
17/09/22
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