Já parou pra pensar na chama que mantém acesso nosso
crescimento?
Pois, em minhas investigações solitárias e divagantes sempre
me pego buscando o sentido das coisas. Sentido é uma palavra fortíssima,
vocábulo de várias conotações. Sentido tem vários significados:
Importante como orientação, pra onde ir, qual caminho e qual
destino.
Também como resolução de si perante o mundo, resolução e plenitude quando algo faz sentido pra nós.
Há uma relação entre estes dois significados? Pode ter?
Os meus pensamentos me levam no sentido que anseio ser, e
quando minha alma se vê diante do caminho que ela deve percorrer, tudo faz
sentido pra mim.
Além disso, temos visão, audição, olfato, tato, paladar. Nossos sentidos são nossas portas da percepção do mundo e ferramentas fundamentais de sobrevivência. Quando algum de nós não tem algum deles, outro passa a ser mais aguçado como uma forma natural de adaptação.
Pois bem. nesse mergulho em minha verdade tenho sentido uma nova camada de percepção, sentir tem me aguçado a intuição. Acho que a intuição é também uma ferramentas, porém não na camada de sobrevivência. Talvez na camada da existência. Fundamental para identificar nosso eu no mundo.
Outro dia, depois de um período transitório de mim, especialmente
sobre minha visão de mim e do mundo orientada a partir de um colapso emocional
que me fazia sentir em meio ao caos de não conseguir respirar, mudar era
necessário e assustador.
Nesse momento, em meio a um furacão de desequilíbrios,
sentir fez todo sentido. Comecei a sentir minha respiração, me provoquei a
estar em contato com Deus. Estar em contato com a natureza era o sentido e
fazia todo sentido naquele momento. Tão orgânico como respirar foi me reconectar
ao meu sentir.
Ainda hoje acho que o melhor lugar para respirar é vendo um
pôr do sol, sentindo o cheiro e ouvindo o barulho da mata atlântica fazendo parte
daquilo no campo do sentir.
Repare, não é uma questão de escolha, nós fazemos parte da
natureza, somos uma espécie da natureza, independente de querer ou perceber.
Nós só desligamos essa capacidade orgânica de fazer parte,
humildemente, da natureza. Com isso perdemos também uma capacidade orgânica de
nos orientar. Pois nossa natureza individual está conectada com tudo ao redor,
queiramos ou não. Não há como fugir disso. Mas tentamos e somos tentados a...
Nesse momento de desequilíbrio, medo e incertezas, fiz umas
trilhas, pareciam terapias. Sentindo o vento no rosto e o orvalho da mata embaixo
de meus pés senti novamente a conexão. E foi forte... Como um encontro com Deus
cujo templo era a magnitude de sua própria criação.
Este momento parecia permanente, experiencia que, a partir
dali, daria nova cadência e leveza à minha própria existência no mundo.
Mas o quão sorrateira a vida é?
Nada é permanente, me pego por vezes voltando ao mesmo desequilíbrio
caótico. Acho que as relações estabelecidas na sociedade moderna sempre te
tiram do eixo. Estou certo de que, de todos
os seres do planeta, o que está mais sujeito à desconexão com sua própria existência
é o ser humano. Não por acaso somos o eixo mais fraco do equilíbrio do planeta.
O que tenho sentido é que a única permanência aqui é a
mudança. Tenho tentado olhar essa minha vulnerabilidade e falta de controle não
no campo do medo e da insegurança, mas no campo da dádiva da própria natureza
mutável do universo que começa a fazer sentido minimamente nos meus processos,
desde a mitose de minhas células à sensação de plenitude de meus encontros com Deus.
Um comentário:
Gostando de ler a sensibilidade de um homem que enxerga a vida com os olhos da alma. Que seja de paz a tua vida. Grata por partilhar o teu enxergar e nos fazer refletir a preciosidade do saber viver.
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